Uma aluna me perguntou ontem em aula, qual era minha opinião sobre a dificuldade que certos adultos tem, de deixar a adolescência...
Quer dizer, adultos que ainda se portam como adolescentes, se vestem como eles, falam como eles...
Acho bobagem essa coisa de que a adolescência é a “melhor época da vida”, é bom por um moooonte de coisas, mas daí ser “ a melhor”...tá longe, pra mim...
Um adolescente depende de pai/mãe até pra ir num cinema, querem sair com alguém tem que pedir $, precisam de uma roupa, alguém vai junto pra pagar e, obviamente, sai dando palpite...a autonomia que eles pensam que tem, se resume a própria vida possível á eles...
O que acontece, de forma bastante comum, quando perguntam pra uma pessoa sobre uma lembrança boa da vida, até ali, é que a resposta normalmente tem a ver com alguma coisa, algum fato, ligado a juventude, o famoso “na minha época”...como se depois tudo ACABASSE...
E não é assim...não acaba, MUDA. Não termina, se TRANSFORMA, se RES-SIGNIFICA .
A vida vai tendo outros “motivos”, outras lógicas. Mas não deixa ser interessante e igualmente intensa se a gente lembrar dos momentos e aprender com eles, rir deles, se lamentar com eles...e pensar que eles são a parte de um todo, que é a gente AGORA.
Porque esse é o momento. É o agora! A “minha época” é hoje.Com a idade de VIDA que eu tenho HOJE e com toda a quantidade de dores e alegrias que foram necessárias pra chegar até aqui....
Ser adolescente é bom, mas ser EU AGORA precisa ser muito melhor.
Indicação de leitura bem bacana:
*Livro: ADULTECER: a dor e o prazer de tornar-se adulto. Rio de Janeiro, RJ: Revinter.